quinta, 26 de abril de 2018 - 09:10h
Amapá se organiza para produzir biocombustível a partir da batata-doce
Está agendada para os próximos dias uma visita técnica à plantação de batata-doce em Itaubal, para estudar a produção a partir da planta.
Por: Rafael Aleixo - Colaboradores: Leidiane Lamarão
Foto: Ascom/Setec
Está agendada para os próximos dias uma visita técnica à plantação de batata-doce em Itaubal, para estudar a produção a partir da planta.

Uma equipe de trabalho formada por diversas instituições fará uma visita técnica, nos próximos dias, à plantação de batata-doce, localizada no município de Itaubal do Piririm, distante cerca de 110 km da capital. A visita é para iniciar o estudo da produção de biocombustível a partir da planta.

A equipe é composta por representantes de órgãos como Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Universidade Federal do Amapá (Unifap), Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá (Agência Amapá), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (SDR), O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap) e Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Setec).

Incentivos

Antes da visita ao Itaubal, o Governo do Amapá já começou a discutir com produtores agrícolas, órgãos e instituições de pesquisa, o projeto que incentiva a produção em larga escala de etanol no Estado. A batata-doce, que será a matéria-prima desta produção, já é plantada em larga escala no interior, em detrimento do consumo na agricultura familiar.

Para o diretor de atração de investimentos da Agência Amapá, José Molinos, o Amapá está se redescobrindo a partir do potencial de sua própria natureza. Por isso, considera que todas as oportunidades detectadas devem ser acolhidas e apoiadas pelo Executivo.

“Nosso estado tem muitos potenciais e, a cada oportunidade, surgem novas ideias e, cada vez mais aumenta a busca por novas maneiras de impulsionar a economia local. O importante é essa união de todas as instituições com um único objetivo que é proporcionar a geração de novas fontes de desenvolvimento que geram emprego, renda e mais qualidade de vida” pontuou Molinos.

Em recente encontro ocorrido na Setec, representantes de órgãos públicos, agricultores e instituições do estado discutiram sobre um plano trabalho e o papel fundamental de cada setor para impulsionar a execução do projeto de produção de etanol no Estado.   

Há uma lei, sancionada pela Presidência da República, que cria a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que incentiva a produção de etanol e biodiesel e estabelece metas anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, conforme compromissos assinados pelo Brasil em acordo climático global.

De acordo com o secretário de Ciência e Tecnologia do Amapá, Rafael Pontes, além da legislação nacional, existe um programa regional que incentiva esse tipo de produção. “Estamos regulamentando os incentivos locais, já que a Sudam [Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia] possui o Programa de Produção de Etanol Social da Amazônia, baseado em estudos e pesquisas desenvolvidos pela Sudam e a Universidade Federal de Tocantins (UFT) durante mais de 7 anos”, acrescentou Pontes.

Potencial da batata-doce

Tudo isso faz do etanol uma potência do agronegócio brasileiro, com amplo mercado e boa rentabilidade. Hoje, boa parte do etanol produzido vem do milho, soja e cana-de-açúcar. A batata-doce, porém, é a que melhor se adapta ao clima e ao solo do Amapá.

“É uma planta de usos múltiplos, em que todas as partes são aproveitáveis: além de seu uso na alimentação humana e animal, pode-se constituir importante alternativa para a produção de biocombustíveis”, explicou o agricultor Gilberto Miotto, 47 anos, que investe na plantação de policulturas no interior do Amapá.

Miotto explica que cada hectare (equivalente a 10.000 m²) produz em torno de 35 mil mudas da planta e, cada muda, cerca de 3 quilos de batata. “A meta é iniciarmos a produção do etanol a partir de janeiro de 2019 com 3 mil litros, por mês. Depois, vamos aumentar, gradativamente, até o limite, que são 10 mil litros”, calculou.

Sendo de fácil cultivo, ampla adaptação ao solo e ao clima, alta tolerância à seca e, baixo custo de produção, a batata-doce é considerada uma excelente fonte para a produção do biocombustível.

O potencial da batata-doce como produtora de alimentos é tão grande que foi selecionada pela Agência Espacial Norte Americana (Nasa), como uma das espécies vegetais candidatas a serem plantadas em missões espaciais de longa duração.

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